O Tempo, por Monique Rodrigues.

Sentada naquela cadeira desconfortável, perto de dezenas de pessoas que não conhecia... Pus-me a pensar...
"O que aconteceu com a minha vida?" 
Olhava em volta, todos eram muito mais velhos que eu. Poderiam ser meus avôs e avós. Eles me fitavam, e pareciam se perguntar: "O que ela faz aqui? É nova demais." Confesso que me senti constrangida.
Depois de alguns minutos alguém me chamou... "Sra. Monique Rodrigues, Sala A1".
Entrei na sala. Um médico que já sabia parte do histórico olha para mim sem dizer muita coisa. Na verdade ele não disse nada! Mal olhou os exames, e me mandou sair e esperar. 
Esperar, esperar... Inferno!
Esperei apenas para que me mandassem voltar só dia 1° de setembro. Como se a morte fosse esperar a boa vontade deles.
Saí mais irritada do que nunca.
Na volta para casa, fiquei pensativa (novidade!)...
Sinto falta de onde morava. De ter companhia. Sinto falta de andar de mãos dadas.
Tinha esquecido como a solidão é amarga, ainda mais quando você está literalmente na 'mierda'.
Maldita insônia!
Dormir as 4, 5 ou 6 horas da manhã virou rotina.
Entre músicas, janelas de MSN abertas (ou apenas uma), Orkut... Vou tentando esquecer. Mas quando coloco a cabeça no travesseiro, ele me faz questão de lembrar que não vivo em nenhum 'conto de fadas', que nunca vivi.
Como é não ter problemas?
Como é não ter que rabiscar os dias em um calendário como uma contagem regressiva?
Como é não estar sozinha? 
Olhem para mim! E parem de achar que sou uma fortaleza!
Apenas sigo a risca aquele velho ditado: 
"É melhor rir do que chorar."
Então... Sorria! (mesmo que esteja com a alma 'em pedaços').


=D
em 26 de agosto de 2009.

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